Política e Transparência

Em nova investida contra direita, STF mantém prisão preventiva de Bolsonaro

Ex-presidente é perseguido desde as eleições suspeitas de fraudes nas urnas em 2022, segundo a oposição






Em nova investida contra a direita, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu manter, nesta segunda-feira (24), a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ampliando o clima de tensão política que se arrasta desde as eleições de 2022.

Para a oposição, a decisão reforça o que chamam de perseguição sistemática contra Bolsonaro e aliados, enquanto denúncias envolvendo integrantes do governo seguem sem avanço — entre elas o desvio de R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas do INSS, além de casos citados como o suposto favorecimento a Frei Chico, irmão do presidente Lula (PT), blindado durante a CPMI que apura corrupção no órgão.

O voto que selou o destino de Bolsonaro nesta segunda foi do ministro Alexandre de Moraes, que afirmou que o ex-presidente confessou ter danificado a tornozeleira eletrônica.

Segundo ele, houve “falta grave”, “descumprimento de medida cautelar” e “desrespeito à Justiça”.

Moraes argumentou que a prisão preventiva é necessária para “garantia da ordem pública”, para assegurar o cumprimento da lei penal e diante do “histórico de reiterado descumprimento”.

Na sequência, o ministro Flávio Dino acompanhou o voto do relator e também defendeu a manutenção da prisão preventiva. “Voto pelo referendo integral da decisão cautelar”, afirmou. Os ministros Cármen Lúcia, Cristiano Zanin e o próprio Dino, que preside a Turma, compõem o grupo que vota nesta segunda-feira.

A decisão atendeu a um pedido da Polícia Federal, que alegou risco de fuga após Bolsonaro violar a tornozeleira na madrugada de sábado (22). O ex-presidente admitiu ter usado um ferro de solda para danificar o equipamento.

Para aliados de Bolsonaro, porém, o episódio é apenas a justificativa usada pelo STF para avançar em mais uma frente contra o ex-presidente, enquanto denúncias de corrupção e escândalos envolvendo nomes ligados ao governo comunista do PT não recebem o mesmo rigor investigativo.

Com Estadão Conteúdo