A Justiça do Rio de Janeiro decidiu manter a prisão do bicheiro Rogério de Andrade no Presídio Federal de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul.
Segundo a decisão, o contraventor deve permanecer em RDD (Regime Disciplinar Diferenciado) — tipo de regime mais rígido do sistema penal, com limites ao direito de visita, por exemplo.
Na decisão, a justiça considerou que a permanência de Rogério no presídio federal "se mostra necessária para impedir eventual interferência do denunciado na colheita de provas e na intervenção de investigações em face de outros envolvidos [nos crimes apurados]".
O bicheiro foi preso por homicídio no Rio de Janeiro em outubro do ano passado. Um mês depois, ele deixou a Penitenciária Laércio da Costa Pellegrino (Bangu 1), na zona oeste da capital fluminense e foi transferido para o presídio federal.
Segundo a justiça, a permanência da prisão considera o grau de periculosidade do contraventor e a posição dele como integrante da 'nova cúpula' do jogo do bicho.
A decisão justificou que Rogério "ainda representa ameaça concreta e relevante à segurança do Estado e da sociedade, diante da manutenção de vínculos ativos com o crime organizado e da possibilidade de exercer influência ilícita mesmo sob custódia".
Envolvimento em execução
Rogério foi preso durante a investigação do homicídio de Fernando Iggnácio, ocorrido em novembro de 2020, no estacionamento de um heliponto no Recreio dos Bandeirantes. Rogério e Ignácio são, respectivamente, genro e sobrinho de Castor de Andrade, conhecido contraventor já falecido. Os dois disputavam o controle de pontos de jogo do bicho e máquinas caça-níqueis após a morte de Castor.
Em junho deste ano, o ministro Kassio Nunes Marques, do STF (Supremo Tribunal Federal), negou o pedido da defesa do bicheiro para trancar uma nova investigação que apura a participação do contraventor no assassinato.
O Ministério Público do estado havia denunciado o bicheiro pelo crime em março de 2021. O contraventor já havia sido alvo de outra operação do órgão contra um grupo de extermínio envolvido com o jogo do bicho.
Entre os alvos estavam ex-policiais e policiais militares ligados ao bicheiro e a Flávio da Silva Santos, presidente da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel.
A CNN Brasil busca contato com a defesa do contraventor e o espaço segue aberto para manifestações.





