O ex-vereador de Sidrolândia, Claudinho Serra (PSDB), foi denunciado à Justiça junto de outras 13 pessoas sob acusação de chefiar um esquema que teria desviado cerca de R$ 20 milhões dos cofres públicos do município.
A denúncia foi aceita pelo Judiciário de Mato Grosso do Sul, tornando todos réus em ação penal proposta pelo MPMS (Ministério Público Estadual).
De acordo com a acusação, o grupo funcionava como uma organização criminosa formada por servidores públicos e empresários, contratando serviços por meio de licitações fraudulentas para desviar recursos da prefeitura.
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) revelou o esquema ao deflagrar a Operação Tromper, em abril de 2024.
Apontado como mentor do esquema, Claudinho Serra chegou a ser preso durante a terceira fase da operação. Posteriormente, foi liberado para responder em liberdade, monitorado por tornozeleira eletrônica, mas voltou à prisão em 5 de junho deste ano, após novas investigações indicarem que o grupo criminoso seguia ativo mesmo depois do início da investigação.
Além de Claudinho, são réus por corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro:
Cláudio Jordão de Almeida Serra (pai de Claudinho);
Mariana Camilo de Almeida Serra (esposa de Claudinho);
Cleiton Nonato Correia (empresário);
Carmo Name Júnior (assessor do ex-vereador);
Jhorrara Souza dos Santos Name (esposa de Carmo);
Thiago Rodrigues Alves;
Jéssica Barbosa Lemes;
Sandra Rui Jacques;
Edmilson Rosa;
Rafael de Paula da Silva;
Juliana Paula da Silva;
Ueverton da Silva Macedo;
Valdemir Santos Monção.
A reportagem do G1 procurou a defesa de Claudinho e dos demais acusados, mas até o momento não obteve resposta.
Operação Tromper
A Operação Tromper teve a primeira fase deflagrada em maio de 2023, para desmontar um esquema de corrupção em Sidrolândia. De acordo com os promotores, o grupo teria montado uma rede de favorecimentos para obter vantagens ilícitas desde 2017, praticando crimes como peculato, falsidade ideológica, fraude em licitações, associação criminosa e sonegação fiscal.
Dois meses depois, em julho de 2023, veio a segunda fase da investigação, que cumpriu quatro mandados de prisão e cinco de busca e apreensão.
O MPMS apontou que, nesse período, ficou evidente a combinação entre empresas que participavam de licitações e posteriormente fechavam contratos com a prefeitura, burlando regras e desviando recursos públicos.
Ainda conforme a acusação, a organização criminosa pagava propina a agentes públicos e contava com informações privilegiadas para manter o esquema funcionando.
O nome da operação, “Tromper”, vem do francês e significa “enganar”, conforme explicou o Ministério Público.