O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes foi alvo de um protesto feito por um acusado de participar dos ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro, que está foragido na Argentina.
Mendes estava ao lado do ex-presidente colombiano Iván Duque e do chairman do BTG Pactual, André Esteves, quando o foragido Symon Filipe de Castro Albino se levantou na plateia e afirmou estar sendo acusado injustamente pelo ministro Alexandre de Moraes.
“O Alexandre de Moraes me acusa, e acusa outros que estão aqui no nosso meio, de 14 a 17 anos [de prisão] sem nem ter provas de ter entrado dentro dos prédios”, disse, referindo-se à invasão das sedes dos Poderes.
Ainda no salão e falando em voz alta, Castro explicou que foi ao evento para aproveitar a presença do ministro na Argentina e “falar que existem pessoas de bem no meio do dia 8 [janeiro]” e “que não cometeram [crimes]”.
O foragido foi abordado por seguranças, mas chegou a ser ouvido pelo ministro e pelos demais palestrantes, podendo concluir sua fala. Em seguida, foi escoltado até a saída da sala.
Nenhum dos participantes comentou o discurso e o evento seguiu normalmente.
Antes do protesto, durante o evento “Fórum de Buenos Aires”, que é organizado por Gilmar Mendes, o acusado chegou a tirar uma selfie com o ministro no corredor.
Outros dois foragidos - Daniel Luciano Bressan e Claudiomiro Rosa Soares - também estavam na sala. Os três réus do 8/1 afirmaram à CNN que se credenciaram no evento com seus próprios nomes.
Castro está com julgamento marcado para o dia 14, acusado de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
“Fiquei surpreso por ele me ouvir e pelas pessoas ficarem em silêncio também me ouvindo. Acredito que essa é a democracia. E se eu quisesse fazer alguma coisa com o senhor Gilmar Mendes, eu teria feito aqui fora. Eu não sou criminoso”, disse Castro à CNN, em referência à foto que tirou com o ministro.
Durante a manhã, Castro publicou um vídeo nas redes sociais ao lado dos outros dois foragidos, exibindo as credenciais do evento organizado pelo ministro do STF. Ele também mostrou faixas colocadas em uma ponte próxima ao local com os dizeres “SOS Trump”, “SOS Milei”, “Alexandre de Moraes quer nos matar” e “Somos brasileiros perseguidos”. (Com CNN - Buenos Aires)





