Três dias após ser condenado a 27 anos de prisão pelo STF (Supremo Tribunal Federal), o ex-presidente Jair Bolsonaro deixou no domingo (14) sua prisão domiciliar para passar por exames e procedimentos médicos em um hospital de Brasília.
A saída, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, foi a primeira desde a decisão judicial e mobilizou forte esquema de segurança.
Ele chegou à unidade de saúde às 8h, sob forte escolta policial, e permaneceu até as 13h50, quando retornou à sua casa, em um condomínio no Lago Sul.
Foi a primeira vez que deixou a residência desde a condenação pela Primeira Turma do STF. O deslocamento foi autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes.
O boletim médico informou que Bolsonaro apresenta anemia por deficiência de ferro, além de imagem residual de uma pneumonia recente. Também foram detectados problemas de hipertensão, refluxo gastroesofágico e risco de broncoaspiração. Durante a internação, os médicos retiraram oito lesões de pele, sendo uma delas encaminhada para biópsia. O procedimento foi feito sob sedação e ocorreu sem complicações.
O chefe da equipe cirúrgica, Cláudio Birolini, afirmou que o ex-presidente está com a saúde “bastante fragilizada” e seguirá em acompanhamento. A defesa terá até 48 horas para entregar o atestado médico ao STF.
A ida ao hospital mobilizou um esquema de segurança com oito viaturas, revista em mochilas de apoiadores e varredura no prédio. Cerca de 30 pessoas aguardavam Bolsonaro na porta, onde entoaram palavras de apoio e cantaram o Hino Nacional. Ele saiu acompanhado dos filhos Carlos e Jair Renan, mas não falou com os presentes.
Nas redes sociais, Carlos Bolsonaro criticou o aparato policial: “Homens fardados e armados vigiam como se um senhor de 70 anos pudesse fugir por uma janela, assim como fazem em sua prisão domiciliar”.
Histórico de saúde
O ex-presidente acumula complicações médicas desde o atentado a faca, deferida pelo esquerdista Adélio Bispo, em 2018, que já resultou em mais de seis cirurgias. A mais recente, em abril deste ano, durou 12 horas e envolveu reconstrução da parede abdominal.
Devido ao estado clínico, a defesa deve usar os laudos médicos para reforçar o pedido de que a pena seja cumprida em regime domiciliar, após a publicação do acórdão da condenação.