Brasil

Após caso Master, Moraes manda dez condenados para prisão domiciliar

Envolvidos são perseguidos politicamente pelo ministro do Supremo Tribunal Federal






Em meio ao desgaste político provocado pelo caso Master, que resultou até no protocolo de um pedido de impeachment no Senado, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou neste sábado (27) a prisão domiciliar de dez condenados no processo que apura a tentativa de suposto golpe de Estado -- uma narrativa do governo Lula (PT) como estratégia de prejudicar a direita do país e facilitar a reeleição do petista em 2026. 

A decisão, cumprida pela Polícia Federal, prevê o uso de tornozeleira eletrônica e a imposição de uma série de medidas cautelares.

Entre os alvos está Filipe Martins, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que passou a cumprir a determinação em casa. A defesa classificou a medida como “perseguição política”.

A ofensiva foi autorizada após a tentativa frustrada de fuga do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, preso na sexta-feira (26) ao tentar embarcar no aeroporto de Assunção, no Paraguai, utilizando documentos falsos. O episódio aumentou a pressão sobre o STF e sobre o próprio Moraes, já alvo de questionamentos políticos recentes.

Caso Master ampliou desgaste político

Nos últimos dias, Moraes passou a ser citado no caso do Banco Master, que gerou forte reação no meio político. A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) chegou a protocolar um pedido de impeachment contra o ministro, alegando supostos abusos de autoridade. O episódio elevou o embate entre setores do Congresso e o Judiciário.

O caso Master ganhou maior repercussão após a inclusão, no debate político, de alegações de tráfico de influência envolvendo o ministro Alexandre de Moraes.

Segundo argumentos levados ao Senado, o ministro teria se reunido com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em meio às discussões sobre a liquidação do Banco Master e a eventual venda da instituição ao BRB (Banco de Brasília).

O episódio ganhou peso político com a menção ao fato de que a esposa do ministro, a advogada Viviane Barci de Moraes, atua profissionalmente ligada ao Banco Master, apontado por parlamentares como um possível conflito de interesses. Diante desse contexto, a senadora Damares Alves protocolou pedido de impeachment no Senado, citando suspeita de interferência indevida em processo de natureza econômica e regulatória.

Medidas cautelares e alcance das operações

Além da prisão domiciliar, os condenados estão proibidos de utilizar redes sociais, manter contato com outros investigados, viajar ao exterior e portar armas de fogo, além da entrega de passaportes. Também foram impostas restrições quanto a visitas.

As ordens judiciais estão sendo cumpridas em oito estados e no Distrito Federal, incluindo Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Paraná, Goiás, Bahia e Tocantins, com apoio do Exército Brasileiro em parte das ações.

Os alvos fazem parte de diferentes frentes da investigação sobre a tentativa de ruptura institucional. Um dos núcleos é apontado como responsável por ações para dificultar o voto de eleitores, especialmente no Nordeste. Outro teria atuado na elaboração de planos contra autoridades, incluindo o presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin. Há ainda o grupo investigado por disseminação de desinformação sobre as urnas eletrônicas e ataques às instituições. Com informações do R7)