A prisão do ex-deputado estadual Roberto Razuk, ocorrida na terça-feira (25) durante a Operação Sucessione, durou menos de 24 horas.
Aos 84 anos e recém-operado para retirada de um tumor, o empresário deixou o presídio por decisão da juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna, que entendeu que o estado de saúde do investigado tornou a permanência no cárcere inviável e arriscada.
A magistrada acatou o pedido da defesa após analisar laudos médicos, fotos e documentos que apontam o quadro “extremamente debilitado” do réu, que depende de oxigênio contínuo e convive com múltiplas comorbidades graves, segundo reportagem dos jornalistas Daniel Pedra e Denis Matos, do Correio do Estado.
O Ministério Público também se manifestou a favor da medida, em caráter provisório.
“Risco iminente de morte”
Os advogados João Arnar e Leonardo A. Ribeiro sustentaram que Razuk correria “risco iminente de óbito” se permanecesse no sistema prisional, que não dispõe de estrutura compatível para pacientes oncológicos recém-operados. Para o advogado Leonardo Ribeiro, a decisão apenas evitou que o processo penal ultrapassasse limites humanitários:
“Deixar um idoso de 84 anos, recém-operado e dependente de oxigênio, numa cela sem suporte médico seria desumano. A Justiça agiu dentro da lei”, afirmou.
Tornozeleira, medidas cautelares e prazo de 180 dias
A prisão preventiva foi substituída por domiciliar por 180 dias, com uso obrigatório de tornozeleira eletrônica e restrições de contato com os demais investigados. A juíza deixou claro que qualquer violação pode levar Razuk de volta ao presídio.
A decisão também determinou perícia médica oficial e solicitou à Agepen que informe se existe no Estado algum estabelecimento prisional com capacidade real de atender o quadro clínico do réu — algo que só será avaliado após a juntada dos laudos.
Sucessione segue com outros presos
Razuk é um dos alvos da Operação Sucessione, que investiga um esquema ligado ao jogo do bicho, corrupção, violação de sigilo profissional e organização criminosa em Mato Grosso do Sul. Os outros investigados permanecem presos, entre eles seus filhos Jorge e Rafael, o chefe de gabinete de Neno, Marco Aurélio Horta, o advogado Rhiad Abdulahad e outros apontados como integrantes do grupo.





