A CPMI do INSS vai colocar no centro das atenções, nesta segunda-feira (13), dois dos principais integrantes da quadrilha que roubo mais de R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas em todo o país.
O escândalo abalou o Palácio do Planalto, uma vez que um dos integrantes envolvidos é o Frei Chico, irmão do presidente Lula (PT), vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados).
O colegiado vai ouvir o ex-presidente do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), Alessandro Antonio Stefanutto, e o ex-diretor de Benefícios, André Paulo Félix Fidelis.
A reunião está marcada para as 16h, no Senado Federal.
Stefanutto foi exonerado em abril, logo após a Operação Sem Desconto — deflagrada pela Polícia Federal em parceria com a CGU (Controladoria-Geral da União) — revelar o esquema de fraudes bilionárias contra beneficiários do INSS.
Sua convocação foi assinada por diversos parlamentares, entre eles Eduardo Girão (Novo-CE), Fabiano Contarato (PT-ES), Izalci Lucas (PL-DF), Rogério Marinho (PL-RN) e Carlos Viana (Podemos-MG), que preside a CPMI.
Segundo Carlos Viana, há “indícios de omissão grave” na gestão de Stefanutto, que teria permitido falhas sistêmicas exploradas por criminosos para aplicar golpes em aposentados.
“Durante sua gestão, foi autorizado o uso de um sistema paralelo de biometria, sem homologação adequada e sem garantias de segurança, permitindo descontos indevidos em benefícios previdenciários. Tal medida afronta a legislação de proteção de dados e as normas de controle interno do INSS”, afirmou o senador.
O caso também envolve pai e filho. A CPMI vai ouvir o ex-diretor André Paulo Félix Fidelis, acusado pela Polícia Federal de ter recebido propina por meio do próprio filho, o advogado Eric Douglas Martins Fidelis. Segundo as investigações, o dinheiro era pago por operadores do esquema para facilitar as fraudes no sistema de benefícios.
A expectativa é de que os depoimentos tragam novos detalhes sobre o funcionamento da quadrilha, que operava dentro do próprio INSS, explorando brechas tecnológicas e administrativas para roubar os mais vulneráveis — os aposentados brasileiros.