Esportes

Textor e Marinakis debatem inclusão do Botafogo em rede de clubes do Nottingham Forest

Intenção do bilionário grego é manter o americano à frente do dia a dia do Alvinegro






Além de amigos, John Textor e Evangelos Marinakis se tornaram parceiros de negócios. Se tudo sair como planejado pelos dois, a ajuda financeira do magnata grego ao americano para recomprar as ações do Botafogo junto à Eagle representará apenas o primeiro passo de uma relação que será bem mais próxima.

No curto prazo, a preocupação de Textor é separar o Botafogo da Eagle, com o auxílio fundamental do dinheiro de Marinakis. Mas já houve conversas entre os dois empresários com um objetivo claro em um segundo momento: incluir o Glorioso na rede de clubes do grego, que atualmente é dono de Nottingham Forest (Inglaterra), Olympiacos (Grécia) e Rio Ave (Portugal).

Nas últimas semanas, houve diversas rodadas de negociações entre os dois empresários, que debatem a melhor forma de avançar juntos. Se conseguir separar o Botafogo da Eagle com a ajuda de Marinakis, Textor planeja abrir uma empresa nas Ilhas Cayman para comandar o clube. O americano será o acionista majoritário dessa companhia e terá o grego como sócio minoritário.
Na nova empresa instalada no paraíso fiscal do Caribe, Textor deseja ter também o RWDM Brussels, antigo Molenbeek, outro clube atualmente pertencente à Eagle.

O dono da SAF alvinegra está em litígio com os outros acionistas da rede criada por ele. A Ares Management, por exemplo, emprestou dinheiro em 2022 para a compra do Lyon pelo americano, que ainda não pagou sua dívida com o fundo de investimentos.
A Ares contratou um escritório de advocacia no Brasil para avaliar os ativos do Botafogo e definir quanto vale a SAF alvinegra. Funcionários desse escritório estiveram na sede do Glorioso para observar funcionamentos de rotina e examinar relatórios financeiros nos últimos dois dias. Não houve contratempos, e o clima foi definido como harmônico.

O Botafogo age de maneira flexível porque Textor deseja resolver rapidamente o litígio. O empresário já apresentou a primeira proposta para recompra das ações, e a tendência é que a Ares faça uma contraproposta. Há otimismo por um final feliz.
No médio prazo, Marinakis e Textor negociam para incluir o Botafogo na rede principal de clubes do grego. Nesse segundo momento, o empresário americano seria o sócio minoritário da empresa, mas o objetivo é que ele tenha autonomia para tomar as principais decisões de gestão da equipe carioca.

Marinakis, que seria majoritário a partir do momento em que o Botafogo entrasse na sua rede, admira o trabalho feito por Textor à frente do Alvinegro e deseja manter o empresário no dia a dia do clube. Não há prazos definidos nas conversas, mas a negociação está em andamento e será acelerada caso os dois consigam separar o Alvinegro do restante da Eagle.

Batalhas na Eagle

Na Eagle, Textor trava disputa com a Ares Management, fundo de investimento que ajudou na compra do Lyon. Em 2022, Textor pegou dinheiro emprestado com a companhia, através da empresária Michele Kang, hoje presidente do Lyon, e a Iconic Sports em troco de 40% da Eagle Football Holdings. As ações de Botafogo e RWDM Brussels, antigo Molenbeek, foram as garantias.

Com juros, a dívida de Textor com a Ares está perto de US$ 500 milhões (R$ 2,8 bilhões). A empresa sabe que o dono da SAF alvinegra não tem condições de pagar essa quantia, então deseja tirá-lo do comando de todos os seus clubes, inclusive o Botafogo.

Enquanto isso, Textor busca um acordo e a recompra das ações, colocando o Alvinegro em uma nova empresa a ser criada nas Ilhas Cayman. Se ele tiver sucesso, o Botafogo fica blindado das disputas pelo comando da Eagle.

Neste contexto, Marinakis surge como uma nova peça no tabuleiro porque, além da relação antiga com Textor, tem interesse antigo em investir no futebol brasileiro. Além da negociação com o Vasco no ano passado, o grego assinou memorando para investir na base do São Paulo.

O bilionário grego será o novo credor de Textor, que está confiante na recompra das ações do Botafogo junto à Ares. O americano ainda é o dono da Eagle Football Holdings, mas não participa mais das principais decisões da empresa.