Política e Transparência

Bolsonaro se diz o político mais perseguido do Brasil

“Eu duvido quem no Brasil foi mais perseguido do que eu. Mas vale a pena. Nós temos que enfrentar os desafios, nós mexemos com o sistema"






Após o indiciamento de uma série de aliados pela Polícia Federal no inquérito sobre a “Abin (Agência Brasileira de Inteligência) paralela“, que investiga o uso do órgão para a espionagem de opositores, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou ser o “mais perseguido” do Brasil.

“Eu duvido quem no Brasil foi mais perseguido do que eu. Mas vale a pena. Nós temos que enfrentar os desafios, nós mexemos com o sistema. Um sistema podre, carcomido. Mostramos a vocês o que é o Brasil”, disse Bolsonaro.

A fala ocorreu nesta terça-feira (17) em um evento em Presidente Prudente (SP), ao lado de políticos como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o secretário de Governo, Gilberto Kassab.

A Polícia Federal indiciou mais de 30 pessoas suspeitas de usar a estrutura da Abin para espionar inimigos políticos de Bolsonaro. O relatório foi entregue ao STF (Supremo Tribunal Federal).

Assim como Bolsonaro, não foram indiciados o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), que na época dirigia a Abin, o policial federal Marcelo Araújo Bormevet e o subtenente do Exército Giancarlo Gomes Rodrigues. Os três são réus no STF por envolvimento no plano de golpe de Estado e respondem por organização criminosa.
Durante o evento desta terça, o ex-presidente também fez comparações com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Dá para comparar Paulo Guedes com [Fernando] Haddad? Renan Filho com Tarcísio? Dá para comparar [a primeira-dama] Janja com a Michelle [Bolsonaro]?”, questionou.

Segundo o inquérito, o órgão foi aparelhado por um esquema de espionagem ilegal para atender a interesses políticos e pessoais de Bolsonaro e integrantes de sua família.

Em outubro de 2023, foi deflagrada pela PF a Operação Última Milha. O nome da operação faz referência ao software “espião” First Mile. Segundo a investigação, o programa foi utilizado 60 mil vezes pela Abin entre 2019 e 2023, com um pico de acessos em 2020, ano de eleições municipais.

Em janeiro de 2024, os endereços de Alexandre Ramagem foram alvos de busca e apreensão na Operação Vigilância Aproximada.