A Polícia Civil de Mato Grosso, com apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública, deflagrou a Operação Mão de Ferro 2, voltada ao combate de crimes cibernéticos praticados contra crianças e adolescentes. A ação ocorre simultaneamente em 12 estados brasileiros, incluindo Mato Grosso do Sul, onde mandados foram cumpridos na cidade de Aquidauana, a 141 km de Campo Grande.
Ao todo, estão sendo executados 22 mandados judiciais, entre busca e apreensão, prisão temporária e internação socioeducativa. O alvo principal da operação é um adolescente de 15 anos, morador de Rondonópolis (MT), apontado como líder de um grupo virtual envolvido em uma série de crimes, incluindo pornografia infantil, ameaças, incitação à automutilação e suicídio, apologia ao nazismo, e invasão de sistemas informatizados.
Outra adolescente, de 16 anos, foi identificada como integrante da mesma rede criminosa em Sinop (MT). Ambos já haviam sido investigados na primeira fase da Mão de Ferro, deflagrada em agosto de 2024, e na Operação Discórdia, realizada em abril deste ano.
De acordo com a investigação, o grupo atuava por meio de aplicativos como WhatsApp, Telegram e Discord, plataformas nas quais disseminavam conteúdos de violência extrema, coação psicológica e exposição pública de vítimas.

As ações criminosas envolviam a produção, armazenamento e compartilhamento de imagens e vídeos de abuso infantil, além da promoção de ideologias de ódio. A operação é coordenada pelo Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab), vinculado ao Ministério da Justiça, e faz parte do programa Tolerância Zero do Governo do Mato Grosso, voltado ao combate a crimes digitais e atividades de facções criminosas.
Além de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, os mandados foram cumpridos nos estados do Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Pará, Piauí, Rio Grande do Sul, Sergipe e São Paulo.
As autoridades ainda analisam os materiais apreendidos, entre dispositivos eletrônicos e documentos digitais, que podem levar à identificação de novos envolvidos. A operação reforça o alerta para os perigos do ambiente digital e a necessidade de vigilância constante sobre o conteúdo acessado por crianças e adolescentes.