Uma jovem de 20 anos foi vítima de uma tentativa de feminicídio na cidade de Coxim, localizada a 253 quilômetros de Campo Grande. Ela foi esfaqueada pelo ex-marido dentro de sua residência no Bairro Senhor Divino. Após o ataque, a vítima conseguiu fugir sangrando e pediu socorro em um bar na Rua Amor Perfeito.
Segundo testemunhas, o agressor invadiu o imóvel e desferiu pelo menos cinco golpes de faca em diferentes partes do corpo da vítima, incluindo tórax, perna, joelho e braço. Apesar dos ferimentos e da perda de sangue, ela conseguiu correr cerca de três quadras até chegar a um bar, onde recebeu ajuda de clientes que acionaram o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar. Os socorristas prestaram os primeiros atendimentos no local e a encaminharam consciente ao Hospital Regional Álvaro Fontoura.
O suspeito fugiu logo após o crime e está sendo procurado pelas autoridades. A perícia constatou sinais de luta na residência da vítima, além de sangue espalhado pelo local, mas a arma utilizada ainda não foi localizada.
A vítima já havia solicitado uma medida protetiva contra o ex-companheiro anteriormente, após outro episódio de violência, ocorrido enquanto ela tomava banho em um córrego no balneário Fortaleza.
Este caso é mais um exemplo da violência de gênero que assola Mato Grosso do Sul. Em 2025, o estado registrou um número preocupante de feminicídios, reforçando a necessidade de ações efetivas de proteção às mulheres.
Os dados do Sigo Estatística da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) apontam que, em 2024, há o registro de 35 feminicídios, além de 89 tentativas.
Onde tentar ajuda em MS
Em Campo Grande, a Casa da Mulher Brasileira está localizada na Rua Brasília, s/n, no Jardim Imá, 24 horas por dia, inclusive aos finais de semana.
O local abriga a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) e também a Defensoria Pública; o Ministério Público; a Vara Judicial de Medidas Protetivas; atendimento social e psicológico; alojamento; espaço de cuidado das crianças – brinquedoteca; Patrulha Maria da Penha; e Guarda Municipal. Para obter ajuda da Casa da Mulher Brasileira, é possível ligar para 153.
Também há o número 180, que garante o anonimato de quem liga, que é a Central de Atendimento à Mulher – 180, um canal de atendimento telefônico, com foco no acolhimento, na orientação e no encaminhamento para os diversos serviços da rede de enfrentamento à violência contra as mulheres em todo o Brasil, mas não serve para emergências.
As ligações para o número 180 podem ser feitas por telefone móvel ou fixo, particular ou público. Esse serviço funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, inclusive durante os finais de semana e feriados, já que a violência contra a mulher é um problema sério no Brasil.
Já para casos emergenciais, o número a ser acionado é o da Polícia Militar, no 190.
Para acolhimento
A Polícia Militar de Mato Grosso do Sul ainda tem o Promuse (Programa Mulher Segura), que oferece atendimento para ligações e mensagens via WhatsApp no número (67) 99180-0542. O projeto faz monitoramento e proteção das mulheres em situação de violência doméstica e familiar.
Já nas cidades do interior, é possível conferir a localização das DAMs (Delegacias de Atendimento à Mulher), no interior, clicando aqui. Elas estão localizadas nos municípios de Aquidauana, Bataguassu, Corumbá, Coxim, Dourados, Fátima do Sul, Jardim, Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã e Três Lagoas.
Quando há descaso com a situação de violência, denuncie
E quando a Polícia Civil atua com deszelo, má vontade ou comete erros, é possível denunciar problemas com a polícia diretamente na Corregedoria da Polícia Civil de MS pelo telefone: (67) 3314-1896 ou no GACEP (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial), do MPMS, pelos telefones (67) 3316-2836, (67) 3316-2837 e (67) 9321-3931.