Policial

Esteticista é presa em Campo Grande por atuar ilegalmente em clínica clandestina

Bruna Paniago de Almeida foi detida em flagrante no bairro Piratininga, numa clínica clandestina, após um ano de denúncias e investigações.






A esteticista Bruna Paniago de Almeida, de 31 anos, foi presa em flagrante nesta segunda-feira (14/04) pela Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo (Decon) de Campo Grande. Ela é acusada de exercício ilegal da profissão, indução de clientes a erro e exposição de terceiros a risco iminente à saúde.

Bruna atuava em uma clínica clandestina no bairro Vila Piratininga, onde realizava procedimentos estéticos invasivos sem a devida qualificação profissional e em condições sanitárias inadequadas.​

Segundo o delegado Reginaldo Salomão, a esteticista estava sob investigação há quase um ano, mas dificultava sua localização ao mudar constantemente de endereço e não possuir bens ou linhas telefônicas em seu nome. A prisão ocorreu após uma denúncia de uma vítima que procurou a Decon.​

Flagrante

No momento da abordagem, duas mulheres estavam na clínica: uma havia acabado de passar por um preenchimento labial e outra aguardava atendimento. Uma das clientes relatou que já havia realizado o procedimento quatro vezes, totalizando cerca de 20 ml de ácido hialurônico aplicado.​

Durante a operação, foram apreendidos materiais utilizados nos procedimentos, incluindo frascos de ácido hialurônico e toxina botulínica armazenados de forma inadequada, além de notas fiscais de atendimentos realizados. A perícia também identificou descarte irregular de agulhas e ausência de equipamentos essenciais para garantir a segurança dos procedimentos.​

Bruna Paniago já havia sido autuada anteriormente pela Vigilância Sanitária, mas continuava atuando clandestinamente. Ela chegou a iniciar um curso de Biomedicina, mas não o concluiu.  O advogado de Bruna, Tiê Hardoim, afirmou que ainda não teve acesso aos autos e que a acusação mais grave seria o exercício ilegal da profissão, dependendo das provas periciais.​

Aumento de denúncias de atuação em clínicas de estética

O caso de Bruna ocorre em um contexto de aumento significativo de denúncias contra clínicas de estética irregulares em Campo Grande. Segundo a Vigilância Sanitária Municipal, houve um crescimento de 51% nas denúncias em 2024, totalizando 16 registros até novembro, em comparação com 10 no mesmo período de 2023.

As principais queixas envolvem más condições de higiene, falta de transparência nos tratamentos e atuação de profissionais sem a devida qualificação. ​

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul também intensificou as investigações, ampliando para 45 o número de clínicas de estética sob suspeita de realizar procedimentos invasivos por profissionais não qualificados. As clínicas notificadas devem comprovar, em até 10 dias, a regularidade de suas atividades, incluindo registros no Conselho Regional de Medicina e certificações específicas para práticas estéticas invasivas. ​

Alerta das autoridades

As autoridades reforçam a importância dos consumidores verificarem a qualificação dos profissionais e as condições sanitárias dos estabelecimentos antes de se submeterem a procedimentos estéticos, visando garantir a segurança e a saúde dos pacientes.