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FIFA estuda realocar Copa de 2026 dos EUA para o Canadá diante de crise de vistos

Atrasos de até 300 até 700 dias em entrevistas consulares levam entidade a considerar mudança de sede para garantir inclusão.






A FIFA está considerando transferir parte das partidas da Copa do Mundo de 2026, originalmente agendadas para os Estados Unidos, para o Canadá. Essa medida surge como resposta ao prolongado atraso na emissão de vistos de entrada nos EUA — um problema que se agravou mesmo após promessas de facilitação. Em alguns consulados, os tempos de espera chegam a até 700 dias, afetando suporte técnico, jornalistas, torcedores, familiares e até membros de delegações esportivas.

A competição, que será a maior da história com 48 seleções e 104 jogos, enfrenta um desafio logístico sem precedentes por se estender por três países. Para muitos estrangeiros — especialmente de nações que demandam visto — garantir entrada nos EUA pode se tornar inviável.

O Canadá tem sido destacado como alternativa viável. Com políticas de imigração mais acolhedoras e processos geralmente mais ágeis, pode oferecer uma solução mais neutra e segura para garantir a presença internacional no torneio.

Do lado norte‑americano, o governo reconhece o problema e formou uma força‑tarefa para acelerar os processos consulares, inclusive com uso de inteligência artificial. Ainda assim, o presidente da FIFA, Gianni Infantino, procurou minimizar os impactos publicamente, reafirmando que os EUA são acolhedores e que os planos seguem conforme o previsto.

Enquanto isso, membros do Congresso dos EUA pressionam por reformas no sistema de vistos, cobrando medidas como ampliação de quadros consulares e manutenção de programas de dispensa de entrevistas para casos de menor risco.

Não há decisão oficial sobre a realocação, mas as discussões seguem intensas — e devem resultar em uma definição nos próximos meses. Até lá, o cenário permanece incerto para quem depende do visto americano para participar da festa do futebol em 2026.

Número total de jogos
Ao todo são 104 jogos, com 78 previstos para ocorrer nos EUA, 13 no Canadá e 13 no México. A FIFA enfrenta nesta fase um dilema entre cumprir compromissos cobertos por garantias diplomáticas dos EUA — inclusive assinadas por Trump — e preservar o princípio de acesso inclusivo ao maior evento esportivo do mundo.

Caso os atrasos nos vistos persistam, a realocação parcial para o Canadá pode ser uma estratégia necessária para evitar a exclusão de torcedores de dezenas de países.