Política e Transparência

Deputados manifestam apoio à ministra Marina e repudiam violência política de gênero

Durante a sessão ordinária desta quarta-feira (28), na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), os deputados estaduais do Partido dos Trabalhadores (PT) se manifestaram em defesa da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, após o epis&oacut






O deputado Pedro Kemp fez a leitura da Moção de Apoio à Marina Silva. “Reconhecida internacionalmente por sua trajetória na defesa do meio ambiente e dos direitos humanos, a ministra foi vítima de comportamentos misóginos e manifestações desrespeitosas por parte de alguns parlamentares. Tais atitudes reforçam a cultura de violência política de gênero, que busca deslegitimar e intimidar mulheres em espaços de poder, especialmente aquelas que ocupam cargos de destaque na vida pública”, disse.

Segundo Kemp, os ataques têm origem no preconceito contra uma mulher de origem humilde e com trajetória marcada pela defesa do meio ambiente. “Só posso interpretar esse comportamento como uma demonstração de ódio a tudo o que ela representa, uma mulher que luta por um ambiente saudável para todas as pessoas, e não apenas para bois e vacas”, declarou Kemp.

A fala gerou reação do deputado Zé Teixeira (PSDB), que afirmou ser contra toda forma de violência contra a mulher, mas lamentou o que considerou uma abordagem pejorativa em relação ao setor agropecuário ao mencionar "bois e vacas". Zeca do PT também prestou solidariedade à Marina Silva, repudiando veementemente o desrespeito sofrido por ela.

A deputada Gleice Jane (PT), que também apresentou Moção de Apoio à ministra, classificou os ataques como machistas, sexistas e ofensivos, caracterizando o episódio como um caso claro de violência política de gênero. Segundo a parlamentar, as declarações tentam dissociar a figura feminina de Marina do seu cargo público, o que evidencia uma tentativa de deslegitimar sua atuação política com base em estereótipos de gênero.

Para Gleice, violência desse tipo não é um caso isolado, mas sim parte de um padrão recorrente na esfera política brasileira. A deputada citou o Relatório de Violência Política de Gênero no Brasil (2020), elaborado pela União Brasileira de Mulheres (UBM), o qual constatou que 15% das candidatas a cargos eletivos nas eleições de 2018 relataram ter sido vítimas de violência.

“Esse dado reforça a gravidade da situação. O enfrentamento à violência política de gênero é essencial para o fortalecimento da democracia e para garantir a participação plena e segura das mulheres em todos os espaços de poder e decisão. Reforçamos que não há democracia sem igualdade de gênero, sem respeito às mulheres e sem o compromisso efetivo com os direitos humanos”, afirmou Gleice.