Graciane de Sousa Silva, de 40 anos, morreu no domingo (25/05) após ser brutalmente agredida durante quatro dias consecutivos pelo próprio companheiro em Angélica, a 276 km de Campo Grande. O crime chocou a cidade e foi registrado como o 12º feminicídio em Mato Grosso do Sul neste ano de 2025.
De acordo com informações da Polícia Civil e do Jornal da Nova, as agressões começaram no dia 17 de maio e se estenderam até a noite do dia 21. Graciane foi socorrida pelo proprietário da casa onde vivia com o agressor José Robério Viana de Souza e levada ao Hospital ABA, em Angélica. Devido à gravidade dos ferimentos, ela precisou ser transferida para o Hospital Regional de Nova Andradina, onde não resistiu e faleceu.
Ainda internada, a vítima relatou a um investigador que as agressões eram constantes e que havia sido alvo de chutes no abdômen, costas e ombros. A denúncia foi feita à Polícia Civil no dia 22 de maio pelos próprios funcionários do hospital.
Gravemente ferida, Graciane foi intubada e permaneceu em estado grave. A família, que mantinha contato diário com a jovem, ficou sem notícias por quatro dias — justamente o período em que ela estava sofrendo as agressões. “Ela ligava todos os dias, mandava foto. De repente, parou. Quando conseguimos falar com ela, estava desesperada, disse que ia morrer, que ele ia matar ela”, relatou a prima.
No sábado, a equipe médica informou à família que Graciane passaria por uma cirurgia abdominal para investigar complicações internas. mas ela não resistiu e faleceu no domingo. Segundo os médicos, as agressões teriam provocado a ruptura do apêndice, agravando ainda mais seu estado de saúde.
O agressor se apresentou na delegacia no mesmo dia da denúncia e negou qualquer envolvimento nas agressões. No entanto, diante do laudo necroscópico que está sendo aguardado e dos relatos coletados, a Polícia Civil já trabalha no pedido de prisão temporária do suspeito.
O caso reforça um cenário alarmante de violência contra a mulher no estado. Apenas dois dias antes, em 23 de maio, Olizandra Vera Cano, de 26 anos, foi morta com golpes de faca no pescoço, também pelo marido, em Coronel Sapucaia.
A Delegacia de Polícia de Angélica segue com as investigações para esclarecer todos os detalhes do crime e responsabilizar o agressor.