“Não tem como não se emocionar. Assim como hoje, você vai numa festa de Laço ao longo do ano inteiro, é acampamento cheio, criança, mulher, gente, é a cara do Mato Grosso do Sul. É o único local do Brasil que tem essa representatividade através do lançador, através dessa cultura que é esporte, que é economia”, destacou o governador.
Reconhecido como patrimônio cultural, o esporte atrai laçadores de todas as idades, conectando gerações em torno de uma prática que combina técnica, precisão e paixão.
Nos próximos dias, mais de mil competidores representando 33 clubes filiados à Federação de Clubes de Laço de Mato Grosso do Sul devem participar das provas. Entre os estreantes, está Ritione Oliveira, de 38 anos, que mora em Jardim e vive a expectativa de competir pela primeira vez:
“Eu laço desde os 11 anos, isso aqui pra nós que somos do ramo da pecuária é uma diversão. Minha filha tem 4 anos e já está aprendendo a montar”, disse ele.
O crescimento do laço comprido no Estado se deve, em parte, ao apoio financeiro do Governo do Estado, por meio da Fundesporte e do Fundo de Investimento Esportivo (FIE). Em 2024, foram destinados R$ 1.994.300,00 para a realização do torneio estadual, que percorreu 30 municípios sul-mato-grossenses.
Além disso, em 2023, o Parque do Laçador recebeu investimentos para a construção de uma pista coberta, garantindo a realização das competições mesmo em dias de chuva.
“É um um esporte da família, um esporte que é do homem do campo, que não é só hoje uma cultura, mas também movimenta a economia do Estado, e isso é muito importante. Tem muitas pessoas que dependem do laço comprido”, enfatizou Pompilio Júnior, presidente da Federação dos Clubes de Laço do MS.
As raízes do laço comprido
O laço comprido tem origem nas atividades dos vaqueiros e peões das regiões rurais do Brasil, sendo uma prática tradicional no Mato Grosso do Sul.
Na técnica, o laçador utiliza uma corda de aproximadamente 12 metros de comprimento, com uma argola na ponta, para arremessar em direção a um boi ou novilho em movimento. O objetivo é laçar o animal pelos chifres, exigindo precisão, destreza e, acima de tudo, sintonia entre o cavaleiro e seu cavalo.
Evelyn Souza