A InterCement, uma das principais empresas do setor cimenteiro no Brasil, encontra-se em um momento crucial. A empresa, com uma longa história e uma vasta rede de produção, solicitou à Justiça a recuperação judicial, medida que visa renegociar suas dívidas e buscar um novo rumo. A decisão, que impacta diretamente a economia de diversos estados brasileiros, foi tomada após esgotadas as negociações com a CSN e grandes instituições financeiras.
A InterCement Brasil aponta ter 10 unidades de produção, incluindo a de Bodoquena, e 18 pontos de extração mineral, com fábricas em vários estados, como Rio Grande do Sul, Minas Gerais e São Paulo. Na página que mantém na internet, a empresa aponta três linhas de cimentos, com a marca Goiás distribuída para a região Centro-Oeste. Uma fábrica na Argentina não deve ser atingida pelo pedido à Justiça.
“As companhias entendem que a medida proporcionará o tempo necessário para a construção de uma solução definitiva para o equacionamento da sua estrutura de capital, independentemente de eventual processo de venda de ativos, dada a robusta capacidade de geração de caixa das companhias”, constou na manifestação da empresa.
A empresa é controlada pela Mover, sucessora da Camargo Corrêa, companhia com vários empreendimentos, incluindo participação acionária na CCR, detentora da concessão da BR-163 em Mato Grosso do Sul.
Em entrevista ao jornal Valor, o advogado atuante na reestruturação Eduardo Munhoz apontou que a decisão de pedir a RJ e ganhar prazo para pagamento de dívidas não deve impactar na relação com trabalhadores e fornecedores.
Há pouco mais de uma década, quando anunciou ampliação dos investimentos na unidade de Mato Grosso do Sul, a empresa era apontada como uma das principais contribuintes de ICMS (Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação).