Policial

Donos da Champions Pneus são indiciados por aplicar golpe milionário em clientes

A Polícia Civil alerta a população para que denuncie qualquer prática suspeita e orienta que os consumidores pesquisem a reputação das oficinas antes de contratar serviços






O modus operandi era simples, mas eficaz: clientes eram atraídos por preços baixos para troca de pneus e outros serviços automotivos. Uma vez o veículo na oficina, a equipe identificava supostos problemas não existentes e cobrava por serviços não realizados, muitas vezes com valores exorbitantes. A pressão psicológica sobre os clientes era grande, com ameaças de não liberar o veículo caso não houvesse o pagamento imediato.

A polícia iniciou a investigação após diversas denúncias de clientes que se sentiram lesados pela Champions Pneus e outras empresas do grupo. Foram identificadas 16 ações judiciais, 11 reclamações no Reclame Aqui e 18 boletins de ocorrência. A perícia em veículos comprovou que muitos dos serviços cobrados não haviam sido realizados.

O prejuízo causado aos clientes ainda está sendo calculado, mas já se sabe que se trata de valores significativos. Uma das vítimas relatou que o orçamento inicial de R$ 216,00 foi inflacionado para R$ 6.800,00.

O caso teve grande repercussão na cidade, gerando revolta e indignação por parte dos consumidores. A Polícia Civil alerta a população para que denuncie qualquer prática suspeita e orienta que os consumidores pesquisem a reputação das oficinas antes de contratar serviços.

A prisão dos envolvidos e o indiciamento por crimes graves demonstram a importância de denunciar fraudes e buscar seus direitos. O caso serve como alerta para os consumidores, que devem estar atentos a possíveis golpes e exigir transparência nas negociações.

Dessa forma, Iglesias Wesley de Araújo (vendedor), Rodolfo Murilo Castilho (mecânico), Gabriel de Paula Regini (borracheiro e torneiro), Fabrício Roger Nunes Gomes (alinhador) e Roberto Cesar de Assis (gerente) foram indiciados por estelionato e associação criminosa; e João Lopes de Freitas também por difamação contra a delegada Joilce Silveira Ramos, que também foi vítima do golpe.

Roberto foi indiciado indiretamente porque se encontra em “local incerto e não sabido”. Conforme relatado pelos próprios funcionários da empresa, ele tratou diretamente com a vítima sobre o pagamento, mas ao perceber a movimentação policial, pediu demissão no dia seguinte aos fatos e não retornou para trabalhar. A suspeita é de que ele nem more mais em Campo Grande.