O ex-presidente Jair Bolsonaro declarou que tomará medidas drásticas contra qualquer membro do PL (Partido Liberal) que apoiar a candidata Rose Modesto (União Brasil) no segundo turno das eleições para a Prefeitura de Campo Grande. 

O recado de Bolsonaro tem um alvo claro: o deputado estadual João Henrique Catan (PL), que está fazendo campanha para Rose Modesto, em vez de apoiar Adriane Lopes (PP), que conta com o apoio do ex-presidente.

Bolsonaro, que vem acompanhando de perto as movimentações políticas em diversas regiões do país, demonstrou firmeza ao ameaçar expulsar os dissidentes da legenda.

“Já fiquei sabendo que tem gente nossa trabalhando contra, e esse pessoal tem de ripar do PL em 2026. Essa gente tem de sair do partido. Eu até aceito que fique neutro, mas bater na nossa gente, aí está de sacanagem”, declarou o ex-presidente, sem mencionar nomes, mas deixando claro que qualquer apoio a Rose Modesto, que disputa o segundo turno contra Adriane Lopes (PP), não será tolerado dentro do partido.

O aviso foi dado pelo ex-presidente aproveitando a presença da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro no evento "Movimento Mulheres Conservadoras do Brasil", ocorrido esta semana em Campo Grande. 

A fala de Bolsonaro sugere que há membros do PL que estariam inclinados a apoiar a candidata do União Brasil, o que tem gerado desconforto na legenda, que tradicionalmente segue a linha do bolsonarismo. No entanto, o ex-presidente destacou que a neutralidade ainda seria aceitável para os filiados, mas qualquer ação contrária à candidatura de Adriane Lopes será punida com rigor.

A disputa em Campo Grande tornou-se mais acirrada após a surpreendente virada de Adriane Lopes no primeiro turno, superando Rose Modesto e desafiando as pesquisas eleitorais que apontavam outro cenário. O apoio do ex-presidente Bolsonaro é considerado fundamental para a base mais conservadora do eleitorado, e sua postura firme pode impactar as definições internas do partido na capital sul-mato-grossense.

Adriane Lopes, que também recebeu o apoio do governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), tem agora mais uma força a seu favor. O respaldo de Bolsonaro pode atrair uma parcela significativa do eleitorado de direita, que viu em seu governo uma referência política e ideológica.

Por outro lado, a candidatura de Rose Modesto, que conta com o apoio de lideranças como a deputada federal Camila Jara (PT), está sendo vista como uma tentativa de unir setores moderados e progressistas em Campo Grande. 

A decisão de Bolsonaro de "ripar" qualquer apoio do PL a Rose Modesto visa consolidar ainda mais a coesão dentro do partido, mirando as eleições de 2026, quando ele próprio ou seus aliados devem voltar à disputa por cargos estratégicos.

Com essa movimentação, o cenário do segundo turno em Campo Grande se polariza ainda mais, prometendo uma disputa intensa nos próximos dias.