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Rússia muda doutrina nuclear e Kremlin ameaça: recado ao Ocidente

Revisão de regras para o uso de armas nucleares responde ao apoio de países ocidentais à Ucrânia






O Kremlin disse nesta quinta-feira (26) que as mudanças na doutrina de armas nucleares da Rússia delineadas pelo presidente Vladimir Putin deveriam ser consideradas um sinal aos países ocidentais de que haverá consequências se participarem em ataques à Rússia.

Putin disse na quarta-feira (25) que a Rússia poderia usar armas nucleares se fosse atingida por mísseis convencionais, e que Moscou consideraria qualquer ataque apoiado por uma potência nuclear como um ataque conjunto.

A decisão de alterar a doutrina nuclear oficial da Rússia é a resposta do Kremlin às deliberações nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha sobre dar ou não permissão à Ucrânia para disparar mísseis ocidentais convencionais contra a Rússia.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que ajustes em um documento chamado “Os Fundamentos da Política de Estado na Esfera da Dissuasão Nuclear” foram formulados.

Questionado pelos repórteres se as mudanças eram um sinal para o Ocidente, Peskov disse: “Isto deveria ser considerado um sinal definitivo”.

“Este é um sinal que alerta estes países sobre as consequências caso participem num ataque ao nosso país por vários meios, e não necessariamente nucleares”, disse Peskov.

O mundo, disse Peskov, foi testemunha de um “confronto sem precedentes” que, segundo ele, foi provocado pelo “envolvimento direto dos países ocidentais, incluindo as potências nucleares” na guerra da Ucrânia.

Peskov disse que a decisão sobre a publicação ou não dos documentos nucleares seria tomada posteriormente.

A atual doutrina nuclear publicada pela Rússia, estabelecida num decreto de 2020 de Putin, diz que a Rússia pode usar armas nucleares em caso de ataque nuclear por um inimigo ou de um ataque convencional que ameace a existência do Estado.

Questionado se a rejeição de uma moratória pós-soviética sobre testes nucleares foi discutida como parte das mudanças, Peskov disse que não poderia responder à pergunta porque a reunião de quarta-feira foi em grande parte secreta.

 

CNN Brasil