A decisão do governo de Mato Grosso do Sul pela volta compulsória às aulas na rede estadual de ensinoatendeu pedido professores, mas desagradou pais de alunos.
A técnica de contabilidade, Andrea de Souza Monfort, que tem filhos matrículados na Escola Henrique Ciryllo Corrêa, na Vila Rica, acredita que ainda não é o momento para obrigar os alunos a voltar às salas. "Estamos preservando a saúde da minha família, meu tio é diabético. Nós estamos vacinados, mas as crianças ainda não", argumentou.
A mãe complementa que os filhos estão evitando sair de casa por causa da pandemia. "Acho absurdo falar que as crianças têm obrigação de ir", pontuou.
O pensamento é compartilhado por vários pais que se manifestaram nas redes sociais do Jornal Midiamax:
Tatyane Monteiro: "Oxi se eu não quiser mandar não vou mandar e ponto. Conselho tutelar tem que ser acionado é para pais que não cuidam dos filhos e deixam jogados na rua, passando fome, em situações ruins, sem cuidados".
Flávia Canepa do Carmo: "Sou contra minha filha não cai volta até porque, se algo acontecer, nenhum deles vai se responsabilizar".
Lucas Pimenta: "Já pode me acionar então 😜😜😜😜 meu filho não vai voltar, e ponto final".
Professores
A medida atende a pedido da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de MS), que se posicionou contra o ensino híbrido. "Tinha que ser ou presencial alternada ou remota. Somos contrários à dupla jornada. Não pode aumentar a carga horária", pontuou o presidente da entidade, Jaime Teixeira.
Conforme o representante da Fetems, foi realizada uma assembleia geral na semana passada e a entidade decidiu não ser contra a medida. Porém, encaminhou ofício à SED (Secretaria Estadual de Educação) pedindo que fosse adiado o retorno nos municípios que estão com a aplicação da 2ª dose atrasada em profissionais da educação como é o caso de Dourados. "Em Dourados, a rede municipal volta dia 16 e seria importante que o retorno pudesse ser simultâneo, que a rede estadual pudesse dar essa liberdade", explicou.
Novo Prosseguir
A mudança se deu a partir das novas regras do Prosseguir (Programa de Segurança da Saúde e da Economia), anunciadas na terça-feira (27).
O ensino será híbrido, com aulas presenciais e remotas, com a alternância entre os alunos. A secretária estadual de educação, Maria Cecília Amêndola, reforçou que a decisão sobre a presença dos alunos nas escolas não será somente dos pais. Para os alunos que estiverem doentes ou com algum familiar infectado, será possível justificar com atestado médico.
"Só vão assinar documento de responsabilização os pais que por algum motivo muito excepcional não queiram levar os filhos na escola, com atestado médico, uma pessoa da família doente, vai ter que comprovar. Se o aluno não comparecer sem justificativa haverá busca ativa, vai ter que saber qual o motivo do não comparecimento do estudante. Se ele não quiser [ir pra escola] sem nenhum motivo, a gente vai usar outros órgãos de controle, como Conselho Tutelar e Ministério Público”, disse. Para o caso dos alunos que não puderem ir à escola e tiverem justificativa, como comorbidades ou até fobia, serão passadas as mesmas atividades que as realizadas nas salas de aula.