Em clara maioria, os argentinos fizeram festa na tarde de hoje (28) ao chegarem ao Maracanã, onde enfrentam os venezuelanos pelas quartas de final da Copa América, a partir das 16h. Com as cores celestes, os torcedores cantaram, exibiram sua bandeira e, claro, provocaram os brasileiros com as já consagradas músicas de sua torcida.
O radiólogo Guilhermo Lubrina, de 32 anos, chegou ao Brasil anteontem (28) e vai assistir hoje seu primeiro jogo da Copa América. Ao ser perguntado se está confiante, respondeu sem titubear que siempre, traduzindo o sentimento de confiança que se via ao redor do Maracanã desde o início da tarde de hoje. Apesar disso, o argentino fez uma análise mais realista do que sua seleção tem pela frente.
"Os venezuelanos vem jogando bem, e a gente, bem mais ou menos. Acredito que vai ser complicado", diz ele, que se empolga ao pensar na possibilidade de um jogo contra o Brasil na semifinal. "Será um lindo clássico, porque sempre temos essa rivalidade Brasil e Argentina. Mas ainda preciso conseguir ingresso".
Grupos de argentinos se formavam em vários pontos ao redor do Maracanã e faziam festa para as emissoras de TV que cobrem o jogo desta tarde. Na bagunça, não faltou o "Brasil, decime que se siente", que já havia invadido as ruas do país durante a Copa do Mundo de 2014.
Diante da festa dos argentinos, o casal de venezuelanos Luis Vazquez e Eucaris Peña, ambos de 24 anos, brincavam que não sabiam o motivo de tanta confiança. "Não sei por que estão tão confiantes. Os outros resultados dão a entender outra coisa. Estamos tranquilos", diz Eucaris, que aposta no 1 a 0.
O piloto de avião Luis Felipe Gonzalez, de 26 anos, veio da Venezuela com os pais e acredita que a seleção de seu país melhorou nos últimos tempos. "Estamos com muita confiança apesar da história argentina e de seu nome. Coletivamente, a Venezuela está mostrando que pode".
Pai de Luis Felipe, Luiz Gonzalez conta que assistir um jogo da Venezuela no Maracanã já valeu a viagem. "É um sonho. Desde criança ouvimos falar sobre o Estádio do Maracanã, de que é gigante".
Os venezuelanos contam com o apoio do colombiano Miguel Tamayo, de 24 anos, no jogo de hoje. O torcedor vai assistir todos os jogos realizados no Rio de Janeiro nesta competição e decidiu apoiar seus vizinhos por um motivo nada nobre: "Acredito que uma final contra a Venezuela seria muitíssimo mais fácil que contra Argentina ou Brasil", aposta.
Entre os brasileiros que compareceram ao estádio, muitos vestiam camisas de clubes do Rio, especialmente Flamengo e Fluminense, que têm o Maracanã como suas casas. A funcionária pública Aline Oliveira, 25 anos, foi ao jogo com a camisa do Flamengo e disse que vai torcer para o Messi, mas não para a Argentina.
"Ver o Messi é sonho de muita gente que gosta de futebol. Vou torcer para ele fazer um gol", diz ela.
O tricolor Rafael Siqueira, de 24 anos, também vestia a camisa de seu clube e chegou disposto a torcer pelos argentinos, já que estará no Mineirão para assistir a semifinal contra o Brasil. "Vim com a camisa do Fluminense porque aqui é a nossa casa, e também para internacionalizar cada vez mais o clube".