Política e Transparência

Com mais de 70 mil pessoas vivendo em favelas, Campo Grande precisa dar solução ao caos habitacional

Pré-candidato do PSDB à Prefeitura da capital, Beto Pereira quer união de município, estado e governo federal para encarar o problema de frente






Levantamento feito pela Cufa (Central Única das Favelas) em Campo Grande aponta que a capital do Mato Grosso do Sul possui 55 favelas e 46 mil famílias vivendo nesses espaços. São mais de 70 mil pessoas morando em situação precária.

Durante as gestões de André Puccinelli e Nelson Trad à frente do executivo municipal, este número havia sido reduzido, a ponto de Campo Grande ser classificada como a única capital sem favelas do Brasil. Hoje, a situação é outra. Nos últimos 10 anos, os campo-grandenses viram o número de favelas dobrar, voltando a representar um problema social na cidade.

São consideradas favelas as formas de ocupação irregular de terrenos públicos ou privados caracterizadas por um padrão urbanístico irregular, por carência de serviços públicos essenciais e pela localização em áreas que apresentam restrições à ocupação.

Espalhados por diversas regiões da cidade, os barracos oferecem abrigo, mas nenhuma proteção ou segurança a milhares de famílias que ainda esperam conseguir realizar o sonho da casa própria.

Segundo as diretrizes da Declaração Universal dos Direitos Humanos, todo indivíduo tem o direito à habitação, ou seja, o direito de ter um lar. Para o deputado federal Beto Pereira, pré-candidato do PSDB à Prefeitura de Campo Grande, a situação é inadmissível. “É revoltante, é desumano que 33% dos moradores de Campo Grande, uma cidade com quase um milhão de habitantes, ainda não tenham a clara oportunidade de acesso à casa própria”, disse.

O deputado salientou que a questão das favelas é um dos dramáticos desafios que ainda permanecem sem resposta em Campo Grande. “É preciso planejar, é preciso cuidar, é preciso tratar bem da cidade e dos direitos de quem vive e trabalha nela. É preciso fazer, agir, governar”, atestou.

A coordenadora da Cufa Campo Grande, Letícia Polidório, explica que a vulnerabilidade social das famílias nas favelas favorece acidentes. A falta do gás de cozinha, por exemplo, leva uma mãe a acender o fogo de forma improvisada. As crianças, expostas a áreas onde proliferam o acúmulo de lixo e falta saneamento básico, ficam expostas a todo tipo de doença.

Atualmente, Campo Grande tem déficit habitacional de mais de 30 mil unidades e quem mora em áreas invadidas não tem condições de pagar o aluguel.

Para Beto Pereira, assegurar uma moradia adequada implica na promoção da dignidade e no respeito aos direitos fundamentais de cada cidadão, sendo uma meta essencial e alcançável.

“Proporcionar moradia própria àqueles que mais necessitam é assegurar dignidade a essas famílias. Durante meu mandato como prefeito em Terenos, conseguimos construir 500 casas populares. Ao considerar as dimensões e recursos disponíveis em Campo Grande, essa iniciativa se traduziria em um potencial de 30 mil novas moradias”, destaca.

Beto afirmou ainda que é necessário estabelecer parcerias para sanar o caos habitacional, unindo recursos do governo federal e estadual e o orçamento do município. “Hoje, o que notamos é a ausência por parte do município e a falta de um esforço incansável na busca por recursos”, concluiu.