A medida do governo restringe o uso de créditos de PIS/Cofins pelas empresas de diversos setores. A mudança começou a valer na última semana e foi anunciada pelo Ministério da Fazenda para aumentar a arrecadação da União como compensação à desoneração da folha salarial dos 17 setores que mais empregam e dos municípios.
O efeito da MP deve começar pelos combustíveis. Segundo estimam três das maiores distribuidoras do Brasil, a gasolina deve aumentar de 20 a 46 centavos - uma variação de 4% a 7%. Já o diesel deve aumentar de 10 a 23 centavos - variação de 1% a 4%. Os dados foram divulgados pelo IBS (Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás).
Nas farmácias, os medicamentos também devem subir. De acordo com Sindusfarma, sindicato que representa as indústrias farmacêuticas, os créditos presumidos de PIS e Cofins apropriados sobre as vendas de produtos são integralmente repassados aos preços, o que trará impactos negativos para a população.
“A indústria da saúde incorre em custos na compra de insumos que são adquiridos com o ônus do PIS e da COFINS. Ao revogar abruptamente este direito, o Governo aumenta o custo de produção, aumentando preços de bens essenciais à vida. Em outras palavras: quem paga esta conta é o cidadão brasileiro”.
Com a MP, os alimentos também devem ficar mais caros. Carne bovina, carne suína e de aves, miúdos animais e linguiças, gorduras (animal e vegetal), leite, insumos agropecuários, produtos hortícolas (batata, tomate, feijões, cebola, mandioca, etc), frutas, café, laranja, derivados de soja, cana-de-açúcar, entre outros sofrerão com o fim de ressarcimentos dos créditos presumidos, segundo a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).
A CNI (Confederação Nacional da Indústria) diz que a MP onera ainda mais a já sobretaxada indústria brasileira.
A entidade estima que seu impacto negativo na indústria seja de R$ 29,2 bilhões em 2024. Em 2025, o impacto negativo da MP deve chegar a R$ 60,8 bilhões. (Terra)