Esportes

Palmeiras reencontra São Paulo pelo Brasileirão após atrito

Choque-Rei será às 20h desta segunda-feira, na casa do rival, pela quarta rodada do Brasileiro






O Palmeiras volta ao Morumbis nesta segunda-feira para enfrentar o São Paulo, às 20h (de Brasília), pela primeira vez depois de toda a confusão ocorrida no último Choque-Rei no local, dia 3 de março.
O jogo, válido pela fase de grupos do Campeonato Paulista, terminou empatado por 1 a 1, e os são-paulinos ficaram muito incomodados com a arbitragem.

A confusão fez com que Abel não pudesse usar a sala de entrevistas, e o Palmeiras cancelou a coletiva pós-jogo. Incomodada com os acontecimentos, a presidente Leila Pereira chegou a definir Belmonte como "persona non grata" no Allianz Parque.

O Verdão ofereceu seu departamento jurídico para o técnico, caso ele quisesse levar o caso com o diretor de futebol do São Paulo à Justiça.

– Gostaria de abrir minha entrevista para dizer que repudio todo e qualquer ato de discriminação, seja de gênero, cor de pele ou nacionalidade, ou qualquer tipo de violência. Isso vai para além da esfera do futebol. É questão de humanidade. Repito, repudio todo e qualquer ato de discriminação. Essa é a mensagem que quero deixar, e publicamente não falo mais sobre esse assunto – respondeu o treinador, em 16 de março.

 

Acordo gera nova briga

O Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo (TJD-SP) iria julgar Belmonte, além do lateral Rafinha, o meia Welington Rato, o atacante Calleri, o auxiliar Estéphano Kiremitdjian Neto, o presidente Julio Casares e o adjunto Fernando Bracalle Ambrogi.

O São Paulo, porém, chegou a um acordo com a procuradoria do tribunal por uma transação disciplinar que evitou que eles fossem julgados pelos eventos ocorridos no Choque-Rei. No total, o clube pagou R$ 205 mil em multas.

Isto revoltou o Palmeiras, e o diretor de futebol Anderson Barros se disse indignado com o caso. Carlos Belmonte ainda teve um vídeo vazado no qual pedia desculpas para Abel. A mensagem fez parte do acordo com o TJD.

 

– Se comete um ato grave e para não ser punido levanta o dedo e pede desculpas? E mais, vaza-se um vídeo antes da transação (disciplinar esportiva) ser assinada. Acho que estamos perdendo por completo a noção do que é racional, em uma situação como essa – resumiu Barros à época.

 

FPF se envolve para contornar crise

 

Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol, entrou no circuito para tentar conter a crise entre Palmeiras e São Paulo, e chamou Casares e Leila para uma reunião.

O encontro serviu para tentar acalmar os ânimos dos dirigentes. Nele, ficou definido que um grupo com membros do Palmeiras, São Paulo e Federação Paulista se reúna às vésperas dos próximos clássicos, por qualquer competição, para detalhar a organização desses duelos.

Em entrevista ao ge no Abre Aspas, Leila citou o encontro e que tinha uma boa relação com Casares antes da confusão. Ela reforçou o incômodo com os acontecimentos na última ida ao Morumbis.

– Eu conheço o Julio há muito tempo, antes de ele ser presidente do São Paulo, antes de eu ser presidente do Palmeiras, e sempre tive um ótimo relacionamento com ele. E com relação ao que ocorreu nesse episódio lá do Morumbi, eu fiquei muito chateada, achei que foi uma falta de respeito e, principalmente, nós lutamos tanto contra a violência no futebol, que nós, dirigentes, a gente não pode comentar esse tipo de... Aquilo foi uma violência que fizeram com o meu treinador, com os árbitros. Aquilo é inadmissível.

– Depois daquilo, nós conversamos, fomos à Federação Paulista e eu deixei aquilo para o passado. Mas nós ficamos bem chateadas, eu fiquei muito decepcionada. Porque eu acho que aquilo não é postura de um dirigente. Ainda mais quando você está recebendo na sua casa, você tem que tratar bem os seus convidados. Então, nós ficamos muito decepcionados. Essa é a palavra. Mas vida que segue – resumiu. (ge)