Mundo

Estudantes e professores vão às ruas contra congelamento de orçamento em universidades da Argentina

Manifestantes marcham até a sede do governo argentino em Buenos Aires






CNN

 

Estudantes, sindicalistas e professores tomaram as ruas de Buenos Aires, contra medidas do governo de Javier Milei que congelam orçamentos para universidades públicas do país.

Os protestos contam com a participação de milhares de pessoas que saíram de diferentes pontos da capital e caminharam até a sede do governo argentino, na Casa Rosada.

Apesar do anúncio do governo argentino sobre colocar em prática o protocolo que impede a obstrução de vias, as manifestações não tiveraram nenhum tipo de incidente até a publicação desta reportagem.

Integrantes de universidades nacionais de todo o país, federações docentes, sindicalistas e até alunos e professores de algumas instituições particulares participam da mobilização.

O ato é contra o congelamento do orçamento de universidades públicas para 2024, apesar da inflação anual de 287,9% registrada em março.

O porta-voz do governo Manuel Adorni afirma que a atual administração fez ajustes que considerava “convenientes” no orçamento, questionando a falta de protestos no ano passado, quando também houve congelamentos de orçamento.

Segundo a administração federal, na segunda-feira (22) foi efetuado o pagamento referente ao aumento de 70% dos orçamentos de funcionamento de universidades, além de uma destinação extraordinária de mais de 14 milhões de pesos para hospitais universitários.

“Este governo defende a educação pública, ao mesmo tempo que reitera o direito do povo argentino de conhecer o destino e a execução de todo o pagamento destinado”, afirmou na segunda o Ministério do Capital Humano, em comunicado.

No texto, a pasta também informou que o governo Milei está realizando auditoria e fiscalização de todos os gastos aprovados.

Mas, de acordo com Emiliano Yacobitti, vice-reitor da Universidade de Buenos Aires (UBA), os funcionários de universidades públicas tiveram perda do poder aquisitivo de 35% nos últimos três meses.

Além disso, os dois aumentos não retroativos de 70% prometidos pelo governo representam, agora, um corte de 31% de orçamento de funcionamento quando considerado o atual contexto inflacionário.

“Há um problema ideológico por parte do governo com as universidades, que hoje são das poucas coisas que as pessoas percebem que, pelo que pagam de impostos, recebem um serviço de qualidade”, pontuou o vice-reitor, também nesta segunda, ao canal Todo Noticias.